segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

# Português II

Enquanto as apresentações sobre o livro eram feitas, foi solicitado que fizemos anotações para termos conteúdo ao fazer uma resenha crítica sobre tal.

Segue abaixo a resenha:


RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “A língua de Eulália”


Autor

Marcos Bagno é professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da UnB, também é tradutor e escritor de mais de 30 obras, entre literatura e obras técnico-didáticas. Ele atua mais especificamente na área de sociolinguística e literatura infanto-juvenil, bem como questões pedagógicas sobre o ensino de português no Brasil.


Resumo da obra

A obra A língua de Eulália escrita por Marcos Bagno, trata de uma novela sociolinguística que aborda de forma simples e peculiar o conteúdo da linguística no que se refere ao PP (português padrão) e ao PNP (português não padrão).
Contando a história de três universitárias, Vera (estudante de Letras), Silvia (estudante de Psicologia), Emília (estudante de Pedagogia), que convidadas por Irene (professora universitária e tia de Vera), decidem passar uma temporada na casa da mesma, desfrutando de bons dias em meio a natureza, conhecem a funcionária de Irene, Eulália que por sinal é a personagem principal da obra, e se trata de uma senhora que iniciou seus estudos já em sua vida adulta.
O autor usará o modo que a personagem Eulália usa a língua em sua forma de falar, e explicará o porquê de existir uma diferenciação no português usado, que no caso é o português não padrão.
No contexto da história contada na obra, ao ver Eulália falando, as universitárias começam a estranhar e a zombar de certas colocações ou até mesmo conjugações que a senhora faz, então Irene começa no diálogo com as moças, a explicar a diferença do PP e do PNP em diversos aspectos.
Começa falando da diferença do português, nas regiões do país. Mostra que dentro de um mesmo país a diferença acontece não só na fala mas também na escrita, e que isso é por conta do contexto histórico que o Brasil está inserido.
Essa diferença é encontrada de estado pra estado, e de forma singular ela mostra isso, com exemplos de como se fala no nordeste e no sul, do português do Brasil e de Portugal, do modo que uma mulher e um homem falam, tudo isso partindo do pressuposto de que o homem varia sua linguagem pelo fato de ter que se adaptar com o mundo a sua volta e com suas relações com outros indivíduos. Logo após mostrar essa diferenciação, com o decorrer do diálogo, outros assuntos são abordados, e entre eles estão:
- Norma padrão e não padrão de uma determinada língua, no caso o português que sofreu alterações por parte dos imigrantes na época da colonização do Brasil e dos seus nativos, os indígenas. Cada país tem sua língua e escrita padrão, mas isso não acaba com o fato de que há uma dificuldade de levar isso para o território todo, e então acaba que as classes marginalizadas comecem a usar a norma não padrão. A linguística explica o que é o português padrão e o português não padrão;
- PP e PNP colocados de frente pro outro, e então é explicado o porquê de cada um existir e porque não tem como acabar com um ou outro. Tudo é uma questão social, histórica, e que deve ser estudada para ser compreendida. Nem tudo que a pessoa acha que é erro, realmente é, as vezes só foi decidido assim por uma parte da sociedade, e assim ficou;
- Problema do L nos encontros consonantais;
- Eliminação das marcas de plural redundantes;
- Transformação de lh em i;
- Verbo e conjugações;
- Linguagem clássica e coloquial;
- Assimilação;
- Redução do ditongo (ex: EI em E);
- Analogia;
Dentre esses, outros assuntos referente a língua portuguesa são expostos e abordados com exemplos na prática e no cotidiano das pessoas.




Crítica

O livro é recomendado não só para o público estudante de línguas ou letras, mas para qualquer estudante que queira entender de forma simples e sem rodeios, assuntos que trazem grande dificuldade quando se trata de falar, escrever corretamente, pois com uma forma de fácil acessibilidade e compreensão, o autor faz com que o leitor, mesmo que nunca tenha lido ou ouvido falar de certos assuntos dentro da disciplina de linguística, compreenda aquilo que está lendo e se interesse pelo conteúdo, vendo que existe motivo para tal discussão pois na prática ela é de grande importância. E que falar errado, é uma questão de ponto de vista ou na verdade, de falta de respeito por conta do outro.
Mesmo que o foco do leitor não seja se graduar em algum curso referente a linguagem, o pensamento do leitor dessa obra mudará quando ouvir alguém dizendo “pra mim” no meio de uma frase, e pensará duas vezes ao falar que mim não faz algo ou que mim não é índio. O preconceito será mais uma vez jogado por terra, e o aprendizado será mais eficaz, pois de uma forma interessante, será assimilado assuntos, que na escola aprendemos como decorebas.



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